Decreto
Treinos de volta aos aparelhos
Com uma série de regras a serem seguidas por alunos e instrutores, academias de ginástica estão novamente abertas ao público
Jô Folha -
Apesar das mudanças no cotidiano por conta da pandemia da Covid-19 e do crescente número de casos da doença em Pelotas, a rotina de uma parte da população, aos poucos, vai se reajustando. Com as últimas mudanças no decreto municipal publicadas na quarta-feira, por conta do modelo estadual de distanciamento controlado, academias de ginástica, ginásios esportivos e clubes sociais passaram a funcionar - ainda nesta quinta-feira (14) muitos dos locais abriram as portas para receber os alunos.
Entre as novas regras, deve ser respeitado o limite de 25% do quadro de funcionários e os atendimentos precisam ser reduzidos, a capacidade máxima é de um aluno a cada quatro metros quadrados de área. Uma fita deve demarcar os espaços e um professor deve acompanhar o treino durante todo o tempo. A máscara de proteção não pode, de modo algum, ser deixada em casa.
Na academia em que o Augusto Saleh é proprietário, a primeira manhã de reabertura foi sinônimo de horários preenchidos. Por lá, cerca de 60% dos atendimentos já ocorriam por agendamento, o que facilitou o ajuste da equipe e dos alunos para cumprir as normas do decreto municipal nº 6.276. “Os alunos já estavam acostumados com o horário agendado. Está fluindo, a procura tem sido bem grande”, contou. Cerca de 600 pessoas estavam matriculadas antes da Organização Mundial da Saúde decretar a pandemia, no início de março; a expectativa atual é que cerca de 15% desse público retorne ao local.
Por lá, as mudanças incluíram a instalação de um tapete sanitário na entrada, para higienização dos calçados. Assim como manda o decreto, os vestiários e chuveiros estão fora de cogitação. E durante as aulas, o professor que acompanha o aluno higieniza os equipamentos em uso. “O aluno só pode ficar no horário de treino, nada além disso. Além dele estar seguro, precisa se sentir seguro”, salientou o proprietário. O local também trabalha na compra de um termômetro de longa distância, para o cuidados na hora da chegada.
Outros locais ainda estão se organizando para seguir à risca as normas. Na academia em que o Welton Francescatto é gerente-coordenador e personal trainer, a equipe resolveu preservar os próximos dias para planejar as mudanças. Uma das ideias a ser seguida é diminuir ao máximo o fluxo de pessoas no local, deixando a capacidade ainda abaixo das determinações. “Estamos planejando como vai ser o funcionamento a partir de agora. É tudo novo pra nós, pros alunos e pra equipe”, explica. Lá, desde o dia 22 de abril o funcionamento segue com os alunos das turmas de pilates e fisioterapia. Quanto aos alunos que ficaram fora, a saída foi emprestar alguns materiais de ginástica e bicicletas ergométricas.
O número de praticantes de exercícios físicos baixou: de 350 alunos pagantes restaram cerca de 120. A rotina ativa não pode ficar de lado e as aulas, para esses, passaram para o meio online, com orientação via chamadas de vídeo, até então. “Queremos abrir com segurança e promovendo aquilo que sempre quisemos promover aqui, saúde”, frisou.
Outros preferem manter o distanciamento
Nem todos os alunos pensam em retornar às atividades nas academias de ginástica. Como é o caso da Yasmin Pereira, servidora pública, e Hortencia Mazzo, estudante da Universidade Federal de Pelotas. Ambas treinavam no mesmo local antes do início dos casos do novo coronavírus em Pelotas. A Yasmin, por exemplo, mantinha uma rotina regrada de exercícios, com direito a seis idas semanas à academia. “Podem ter pessoas que não estão saindo para trabalhar e estudar e que vão sair de casa unicamente pra academia”, acredita. Assim, o perigo é ainda maior quanto ao aumento nas ocorrências do vírus, ela opina.
Hortencia mantém a mesma posição: “Eu posso estar bem, treinar e o professor que está comigo pode ter tido contato com alguém contaminado. Vou acabar tendo contato com essa pessoa também. É tudo muito inseguro, não sabemos ainda exatamente como o vírus se comporta”, contou. A estudante tem esperança que a população deixe as saídas de lado. Sem a rotina regrada de exercícios na academia, os treinos passaram para dentro de casa: a imunidade segue alta e o distanciamento social, preservado.
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário